05 ANOS DE RECANTOS DAS LETRAS Somente hoje percebi que não fiz a minha festa. Ontem completei 05 anos de Recanto. Um tempo pleno de poesia, amizade e amores. Agradeço a todos vocês, leitores-escritores que me acompanham dando o prazer de sua presença em minha escrivaninha. Deus sempre em nossas vidas. Obrigada pelo carinho. Regina Madeira O MISTÉRIO DO ESPELHO Ao chegar à mansão onde se realizaria a festa, Joanna, em companhia de Alice, achou o ambiente um pouco estranho, como se já conhecesse. Isso não era possível, pois chegara à cidade de Rondópolis, pela primeira vez naquela tarde. Nem mesmo Alice conhecia aquele lugar. O convite para a festa partiu do patrão de ambas, dono da empresa em que trabalham há oito anos. Junto com as duas, mais trinta pessoas vieram no ônibus e distribuíram-se nos quartos para mudarem de roupa. Algumas já vieram arrumadas e ficaram pelo hall da mansão, onde havia petiscos e bebidas para todos. Joanna e Alice subiram para o seu quarto e começaram a preparar-se para a festa. Alice escolheu um vestido longo tipo tubo, com uma fenda abrindo da metade coxa até os pés, num tecido com lycra brilhante em prata. Um scarpin Vizzano preto com salto 12cm em cristal. Um arraso!!!Uma festa como aquela não acontecia todos os dias. Afinal a empresa associou-se a outra, estrangeira, que estava abrindo aqui sua filial. Joanna escolheu um vestido estilo dama antiga, num tom vinho, tomara que caia, com um enorme laço na cintura. O sapato, um scarpin Crysalis num tom púrpura, chiquérrimo. Alice, sempre apressada, aprontou-se rapidamente e enquanto Joanna ainda estava de lingerie fazendo a maquiagem, anunciou que iria descer para a festa pois não conseguia ficar parada. Joanna fez somente um movimento com a mão mandando-a embora. Alice soprou um beijo para amiga e foi embora. Sentindo uma pouco de frio, Joanna vestiu um roupão que encontrou no armário e continuou a maquiagem. Quando terminou a performance, ela olhou-se no espelho e quase não se reconheceu, dando um lindo sorriso para o espelho. Tirou o roupão e pegou o vestido, colocando-o e fechando o fecho lateral. Antes mesmo de calçar os sapatos, olhou-se no espelho e afastou-se para ter melhor visão de si mesma. Amou o que viu. Há muito não comprava um vestido tão lindo. Calçou os sapatos e ficou satisfeita com o resultado final. Pegou a bolsa que trouxeram e reuniu os pertences de ambas para deixar a bolsa na sala no final do corredor, ficando apenas com a bolsa de festa. Um pouco antes de sair, apoiou a mochila e a sua bolsinha sobre o aparador e olhou-se uma vez no espelho. Sentiu como se transportada até a cama e depois nada mais. Quando abriu os olhos, deu com o par de olhos mais azuis que já havia visto em sua vida. O dono dele balbuciava alguma coisa, mas ela não conseguia entender. _Senhorita, senhorita!! – chamava o rapaz meio nervoso. Ela finalmente acordou e tentou sentar-se, mas ficou um pouco tonta. _Calma, sente-se com calma. – dizia ele. Joanna olhou a sua volta e não entendeu nada. O quarto onde estava não era o mesmo que agora. A luminosidade mais escura, os móveis muito antigos, a cama de dossel, como nos tempos antigos, roupas de cama e cortinas brancas também antigas e sem falar nas roupas que o moço vestia. Uma calça justíssima preta e uma camisa branca, com um peitilho em renda, como um filho da elite espanhola. O cabelo negro e brilhante naquela baixa luminosidade, parecia seda. _Quem, quem é você?? – pergunta Joanna nervosa, com o coração aos saltos. _Eu sou Juan Carlo, o dono da casa. Você é amiga da minha irmã Luna? – pergunta ele interessado. _Não conheço nenhuma Luna. Estou com a minha amiga Alice me arrumando para a festa. _Festa? _Não estou dando nenhuma festa. Estou de partida para o Brasil. Ah, meu Deus, o que houve comigo? – pergunto-me quase louca. _Olha, vou lá embaixo buscar uma água para você e ver quem pode ajudá-la. _Espere, por favor, como é mesmo o seu nome? – pergunto perturbada. _Juan Carlo Molinos Del Rio. – diz o moço caminhando para a porta. Joanna deitou a cabeça no travesseiro de penas, com uma fronha de babados e bordada ricamente e ficou ali por uns momentos. Fechou os olhos. _Joanna, Joanna, porque está demorando tanto? – diz Alice entrando como um pé de vento. _Vamos, amiga. Levanta. O que você tem? – pergunta ansiosa. _Não sei, Alice, acho que encostei um pouquinho e tive um sonho muito louco. – diz Joanna meio estranha. _Tudo bem, depois você me conta. Vamos que todo mundo já chegou, inclusive o gato do Douglas com o novo sócio, que não guardei o nome. – diz Alice. Pegando a mochila Alice foi para a porta e esperou Joanna pegar sua bolsa de festa. Ambas passaram na sala onde deixariam o que precisasse guardar e foram direto para o salão. Cheio demais, um falatório louco, elas chegaram a tempo de ouvir o discurso do patrão. _Boa noite, amigos e família. A festa de hoje é para comemorarmos a associação da CRAU – Companhias Rossini Alencar Unidas com a JCRios Empreendimentos. Os nossos novos sócios são espanhóis e aqui representados pelo sócio majoritário João Carlos Molinos Rios, para quem eu peço uma salva de palmas. Enquanto todos falavam e batiam palmas, ninguém percebeu que Joanna deu alguns passos para frente e em seguida caiu. João Carlos que estava um pouco na sua frente, percebeu o movimento brusco dela, segurando-a nos braços. Tomando-a ao colo o moço buscou uma sala ao lado, onde a deitou num sofá. _Senhorita, senhorita!!! – chamava o rapaz muito nervoso. Joanna abriu os olhos lentamente e encontrou um par de olhos azuis mais lindos que já tinha visto... Regina Madeira "imagem do Google" 19/11/2016 – 17:35h Regina Madeira
Enviado por Regina Madeira em 06/12/2016
Alterado em 07/12/2016 Copyright © 2016. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |