PURO CANTO
Deixei a alma exposta ao temporal, Chuva fria, indigesta, fim de festa.. Não sabia se era bem ou se era mal. Somente a alma fria, inquieta... Coração aberto sob o vendaval... Endurecido pelo tempo, sem igual Luz que se apagou pelo canal... Devasso no laço, A corda que enforcou o bem e o mal... Desfaço o traço, Esqueço se era doce ou se era sal, Tempero da vida.. A mágoa que da boca foi cuspida, Com traço de sangue, Eliminou paixão não resolvida, Despida no mangue, A imagem que a vida descreveu, Pintada na tela, Não sei se era Picasso ou um mau traço De pura aquarela. A água que era pura se quebrou, Em fina molécula.. O broto simplesmente transformou Farinha, em fécula. Agora tudo o que se acabou, Em triste novela O ator que o espetáculo formou, Com a dama tão bela. Morreu logo no primeiro ato, Estranhas entranhas, Ressuscitou após entrar no quarto, Nos braços do amor, E tudo se resume no encanto, De farto recanto, Gostoso sentimento de torpor, Em louco e Puro Canto. Estrela Radiante "Imagem do Google" Regina Madeira
Enviado por Regina Madeira em 20/08/2012
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