A ÚLTIMA DANÇA (I)
O salão foi decorado com elegância e toda pompa que a circunstância pedia. Era aniversário do Sr. Mário, pai de Mariza. A firma contratada foi a mais bem recomendada pela secretária do dono da casa, afinal de contas como rei da festa merece o melhor. Ao fundo do salão a orquestra toca músicas suaves, de modo a não interferir na conversa entre as pessoas. Mariza circulava entre os convidados, colocando-os à vontade, esperando a grande hora de buscar o seu pai,que no quarto se arrumava dando os últimos retoques em seus trajes. Sr. Mário, viúvo, homem distinto, destaque na sociedade local, industrial, quer aposentar-se para aproveitar a vida depois de longos anos de trabalho. Sua maior preocupação é Mariza, filha bonita, simpática, arquiteta competente, mas não apresenta nenhum interesse no casamento. Sr. Mário sonha em vê-la em boa companhia e até mesmo que o seu genro tenha interesse nos negócios para ajudar-lhe com o peso e a responsabilidade. Mariza de tudo sabe, mas não se abala. Quer viver a vida, trabalhar, sair, passear, mas sem compromisso sério. Mas a vida é caprichosa e faz com os destinos bola para o seu jogo. Mariza, muito ligada ao pai, não poderia imaginar que suas vida estão para modificar totalmente por contas de novas pessoas que entrarão para sua convivência. O Sr. Mário por conta dessa ideia de deixar um pouco os negócios, está procurando um sócio há muito tempo, mas escondido de Mariza. A moça é radicalmente contra a entrada de pessoas estranhas na família. E sempre que o pai vai mencionar o assunto, ela muda rapidamente a fala, não dando ao pai nenhuma possibilidade para isso. O Sr. Mário está preocupado com o seu estado de saúde, que não é dos melhores, mas Mariza de nada sabe e ele não quer contar, para não preocupá-la. Mas o Sr. Mário, deu continuidade ao processo de sociedade e hoje, na sua festa estarão convidados os seus novos sócios: Dona Neuza e seu filho André. Família conhecida na sociedade local, os Fiuza de Albuquerque são pessoas nobres, honestas, que começaram os seus negócios com um pequeno comércio, que aos poucos expandiu-se tornando uma grande rede de lojas de móveis, comandada por André, sob a vigilância de sua mãe, D.Neuza. A sociedade entre os dois é um achado para o Sr. Mário, pois sua indústria de móveis e acessórios para casa vai ter o equilíbrio e expansão sem maiores sacrifícios. Não vai precisar diminuir o seu staf nem fazer modificações que possam prejudicar ninguém, pois André é jovem e dinâmico o suficiente para assumir parte do trabalho ao lado dos chefes de departamento e da própria Mariza. Enquanto pensa em descer, ao mesmo tempo chegam na festa seus convidados especiais. Mariza os recepciona sem saber quem são. Espantada, pergunta-se baixinho: Quem serão esses que desconheço??? Mas ao ver a hora, esquece-se de tudo e vai buscar o pai. Descendo as escadas de braços dados e sorridentes, para no último degrau e de lá um amigo faz sinal para a orquestra, que anunciando a chegada do aniversariante, iniciam o tradicional “Parabéns para Você”. O Sr. Mário, emocionado, beija o rosto da filha e recebe os cumprimentos dos amigos. A certa altura, Mariza chama o pai no canto, e pergunta-lhe sobre os convidados desconhecidos. Percebe um lampejo diferente nos olhos do pai e desconfia que algo diferente, está acontecendo... Fim da Primeira Parte Estrela Radiante "Imagem do Google" Regina Madeira
Enviado por Regina Madeira em 08/08/2012
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