Saudades do Mar
O que há dentro do peito não tem calma, A lancinante dor que fere a alma, Impede o coração que quer sorrir, E qual lembrança dilacera a palma, Estrada escura e nua, sem vivalma, Sem primavera pronta prá florir. As ondas vão ao peito com marulho, Lavando toda dor, todo orgulho, Trazendo novo modo de sentir, Remove lá da alma o entulho, Num doce polimento, num vasculho, Cantando uma canção, doce rugir. E o novo sentimento é gargalhada, Que entoa no meu peito na madrugada, Em altas ondas, o mar a bramir, Me disse deixo a sua alma lavada, Conforme a palavra empenhada, Em minhas ondas vem calma dormir. E agora com o coração mais calmo, Recito ao Senhor um doce salmo, E a resposta pronta a ouvir, Retorne o seu caminho palmo a palmo, A fúria com as mãos sou Eu que acalmo, E a alma ninguém mais vai lhe ferir. Estrela Radiante "Imagem do Google" Regina Madeira
Enviado por Regina Madeira em 27/07/2012
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