Regina Madeira - Estrela Radiante

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CENA

Olho pro quadro e vejo a cena,
Que encena, acena, com a pena.
Me sinto mecenas.
Cheirando a verbena.
Me posto de costas prá porta,
Que importa, sou  torta
Se planto na horta
Se como a torta.
É tarde da noite,
O açoite, chicote, estala
Sou forte, suporte da dor,
Decifro o amor,
Em simples palavras,
De lavras perdidas,
Na vida, de vindas e idas.
Se vou ou se volto,
Me solto, e salto
Da ponte, do bonde
E faço descarte,
Da Arte, de Marte,
E canto contralto,
No palco da vida,
Cantando falsete,
Só mando bilhete,
Pois carta, prá Marta,
Não chega.
Fechou a janela
Não vi aquarela,
E veio outro dia
Chegou alforria,
Agora eu amo,
Declaro, proclamo
Nasceu o amor
Voou o condor,
Cortando os ares,
Achou calamares,
Fechou o seu bico
E foi pro infinito.
Findou sua arte.
Fechou a cortina.
Novo espetáculo
Renovo a cena.
Com a mesma pena.

Estrela Radiante
"Imagem do Google"
Regina Madeira
Enviado por Regina Madeira em 22/11/2012
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